terça-feira, 16 de março de 2010

Escada de contradições.

Minha vida...
Numa escada de contradições,
Deixo a brasa acesa, para poder segurar a onda.
Não consigo parar de olhar...
Minha vida...
Dúvidas e sensações,
Seguro a onda para o fogo não se apagar.
Ignorar não vai adiantar...
Minha vida...
De brincadeiras e emoções,
Não deixo a peteca cair, é a dor de sorrir...
Minha vida...
Só do medo de me queimar,
Só do medo do me quer mar,
Só do medo dormir quem mais...
Minha vida.
Ver e se apaixonar,
Querer e me espantar.
Falar e depois pensar,
Eu só quero é me divertir ?

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Salvador Card vai acabar com o mundo!


Dramático? Eu ? ...

Tive pelo menos 100 razões para acreditar nisso, na minha frente, na fila do Salvador Card no último sábado pela manhã.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Acho que o saudosismo da minha geração é lembrar de um Mp3 de 512 mega e do Nokia 2280. De resto, lutar por alguma coisa é um exercício árduo de lutar contra si mesmo. É melhor ser aliado do sistema que nadar contra o Tsunami.

É aí que entra a parte armagedônica do texto.
Eu nunca gostei e nunca pensei em ter um carro, contudo, ter aprendido a dirigir, promoveu em mim um sentimento de inconformismo com a situação catastrófica do transporte púbico de Salvador; Filas imensas no Savador Card, péssimos ônibus, péssimas estradas, péssimos profissionais (com exceções).
Hoje, eu não abro mão de querer um carro e quando eu tiver um, provavelmente irei ignorar quem anda a pé, e tudo isso não será mais da minha conta.
Mais pessoas insatisfeitas como eu; mais carros nas ruas, mais engarrafamentos, mais poluição, mais mortes no trânsito. Isso acaba criando um círculo vicioso sem fim... Todo mundo quer uma solução, mas ninguém faz nada para mudar, o planeta vai aquecendo e as geleiras derretendo mais rápido, tsunamis, maremotos e Salvador uma das primeiras cidades do mapa a sumir por conta do aquecimento global.
Isso tudo acontecendo, porque o transporte público de uma cidade inteira é desorganizado desde o momento em que você paga suas passagens de ônibus. (Isso mesmo... Imagine se fosse de graça?).
- Eu não era nem nascido quando colocaram essas vendas em nós, não sei desde quando esse ranso persegue nosso povo e não sei por que essa cidade sorri tanto para o mundo e chora tanto por dentro. Queria uma luz no fim do túnel, mas tudo que eu vejo é um ônibus lotado saindo dele.
Então, antes que eu atravesse a linha mágica entre quem anda de ônibus e quem é motorizado e esqueça todo esse discurso, passando assim à contribuir com o caos. Eu vos digo:
- O Salvador card vai acabar com o mundo!

É claro, se você deixar...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Paixão, lembranças e Suco...


"Eu te amo, eu preciso de você"...

Meu café da manhã hoje, foi regado ao som de Zezé de Camargo e Luciano, e mais quê uma simples frase piegas, essa música me transportou à minha infância... E respondeu na lata um grande questionamento meu...
"Quem me ensinou a ser tão passional?”
O meu relacionamento com a minha mãe é antitético e resolvido, embora isso não faça sentido algum. Conosco é oito ou oitenta, quente ou frio, é ou não é... Ambos desconfiamos um do outro e acreditamos demais na individualidade de cada um. Amamos-nos muito, mas temos gênios tão fáceis de lidar com as outras pessoas que temos algumas dificuldades entre nós. Enfim, somos no espelho a coisa que queríamos melhorar.
Tivemos passagens emocionantes durante toda a vida, contudo o ano de 1996 foi um clássico digno de Oscar. (Sim, isso foi muito brega... Mas teve de ser escrito).
Eu havia passado todo o ano de 1995 na casa da minha tia, minha mãe havia morado em outra cidade nesse ano. Então, em 96, quando passamos a morar junto, pude conceber a idéia de morar com ela, contudo eu não imaginava que determinada fase poderia ser tão conturbada.
Eu estava repetindo o ano letivo, e provavelmente repetiria mais uma vez... Tudo era O QUÊ?, tudo era PORQUE?, e tudo era EU FAÇO!... Creio eu, que me criar era um exercício diário de tentar entender a cabeça de uma criança... E eu era realmente terrível, não por ser mau e sim por ser curioso demais... A parte de ser curioso, 14 anos não curou, muito pelo contrário.
Minha mãe sempre viveu de uma forma passional, nessa época ouvia a trilha sonora da novela Rei do Gado, sempre foi uma apaixonada nata, e se me dissessem que esse é um traço hereditário, não me soaria estranho.
Sim, eu também sou um apaixonado, e preciso de paixão em minha vida, então eu busco, eu quero e eu necessito estar sempre apaixonado. Contudo, o que o cheiro do café e o som vindo do rádio do porteiro me clarearam, foi que eu já nasci apaixonado, isso é meu; E provavelmente minha mãe deve ter me ensinado isso no cordão umbilical... Daí eu ser tão teimoso, daí eu ser tão curioso.
Atualmente, escrever é uma paixão, qualquer coisa é razão, além de quê, estou engrenando a minha vida para frente, com os olhos de um apaixonado... Alguém que acredita e que quer.
E sobre o suco... Sou muito apaixonado por suco, de qualquer fruto, de qualquer tipo. E isso vem daquele 1996, quando eu chegava em casa e minha mãe sempre deixava uma garrafa de suco pra eu tomar durante a tarde. Quando eu via o suco na geladeira e sabia que minha mãe havia se lembrado de mim, não era paixão... Era amor. E desde sempre isso é maior que tudo e é o que eu sinto por ela.

sábado, 6 de março de 2010

É de gente que eu sorrio!

Da Janela do meu quarto.


É de gente que eu sorrio! Foi a primeira coisa que me veio à cabeça hoje pela manhã... E é geralmente isso que vem à minha mente a cada surpresa com a vida e com o "Viver", e a cada situação que ser humano me propõe.
Pois é!!! Ontem eu me hospedei na "R1", recém chegado à universidade, dormi uma noite, e lá se foram quatro anos, acordando com aquele velho teto amarelo. Na janela, o que era um vazio terrível de uma construção, hoje, está em fase final de acabamento, um majestoso arranha céu.
Chuva, sol, tristeza, alegria, companhia, solidão, paixão, amor, passa o tempo... Loucura, desilusão, com dinheiro, sem dinheiro, com tempo, sem tempo, aprovado, reprovado, o tempo passa...
Doente, com saúde, com pressa, desencanado, amigo, inimigo, lá se vai o tempo... Festa, compromissos, sobe escada, desce escada, oi companheiro, bom dia, boa tarde, boa noite companheiro! acaba o tempo...
Que merda de rango. Velho, guarde o meu rango. Porra, cadê o rango? Ausência, plenitude, saudade e pronto... Acabou seu tempo!...
Quem prestou atenção?
Quem parou pra viver?
...Sim, o tempo rodou num instante nas voltas do seu coração. E o que acontece? O que vem depois? E isso não aconteceu só comigo, isso está acontecendo nesse instante... Estar aqui é a minha vida acontecendo, e a sua vida também, sua vida está acontecendo agora! O homem tem dinâmicas de vida engraçadas de tão complexas.
O tempo aqui está acabando. Uma paixão avassaladora, encontrar um amor, ter dengue, dor de dente, dor de garganta, ter fome, fazer grandes amizades, entrar em grandes ciladas, e sair de todas elas, encontrar Deus... Infinitas histórias e nada, nadinha é mais delicioso que viver isso...
Não se engane, eu estou falando de você!
E cada vez que você me perguntar: -Do que está sorrindo?: - É de gente... É de gente que eu sorrio!
Afinal, o depois é sempre agora...


Texto escrito para o Aperiódico AROEIRA.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Perdi totalmente o controle...

Perdi totalmente o controle...
Foi isso que aconteceu quando voltei para casa depois de três anos fora. Vi meu primo - um guri - estando totalmente alienado, e demonstrando uma sagacidade fora do comum.
Aquela criança alí, esparramada no sofá, o dia inteiro assistindo desenhos, seriados e novelas; Ver aquela cena começou à embaralhar a minha mente, parecia que todas as minhas crenças estavam caindo por terra. Certas coisas que eu sempre tive medo que mudassem, a aquela hora já haviam mudado muito.
Naquele instante eu perdi o controle !!!
Na verdade, não foi exatamente naquele instante; Acho que eu já havia perdido o controle desde o dia que eu saí de casa para morar na capital.
Então, foi difícil para eu assimilar que agora quem mandava naquele território era ele. O meu sofá, a minha TV e os meus programas... Eu perdi o controle...
Eu perdi o controle remoto pra ele... E agora lá em casa quem manda na programação é o guri!

Agora Sim !!!


- 05/03/2010 - Um ano e onze meses depois... Sem crise, sem dor... Só pelo prazer de escrever!